Por Geovane Viana
Terminou o prazo para que candidatos às eleições do ano que vem escolham os partidos pelos quais vão se apresentar ao povo. Agora começa, de fato, o processo eleitoral. As intenções ficam mais claras e o eleitor tem uma melhor visão dos cenários que estão à sua disposição.
Mas o que é melhor para a população?
Até então se desenhava uma eleição polarizada entre a situação, capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores e a oposição, que tem como principal partido o PSDB, que governava antes da chamada “Era Lula”. Agora se apresentam outras opções. O PSB, aparentemente, ganha força com a adesão da Rede Sustentabilidade, que não conseguiu se tornar um partido de fato, além das muitas alternativas que o sistema eleitoral brasileiro permite que aconteçam.
O que está em jogo nestas eleições, e que caberá ao eleitor decidir, é se o país continua seu processo de transformações sociais inegáveis a partir do atual governo ou se retoma o processo anterior de afastamento do Estado dos setores mais importantes da sociedade como estratégia de desenvolvimento. São duas visões muito claras que são apresentadas pelos pré-candidatos do PT e do PSDB. O que se tem além desses dois caminhos são suas próprias variações.
Neste sentido, cabe destacar a forma como os demais candidatos vêm se portando. Aqueles que sempre estiveram ao lado da chamada direita tentam apresentar uma nova proposta para a comunidade, mas não têm força suficiente para se desvincular de suas origens. Igualmente acontece com os ditos partidos de esquerda que, nos primeiros momentos do governo do PT, fizeram parte da coalizão que levou o presidente Lula ao poder. Estes dois cenários podem ser percebidos claramente nas inserções dos partidos na programação do rádio e da televisão, como é o caso da recente ofensiva do PSB se apresentando como alternativa, mas que se vê obrigado a destacar os avanços do governo que até pouco tempo compunha de forma muito ativa.
Mas o jogo está apenas começando e muita coisa ainda vai acontecer. Cada lado vai usar as armas que tem para convencer a população sobre a viabilidade de suas propostas. O Governo Dilma segue inaugurando obras pelo Brasil afora e se fortalecendo interna e externamente. A oposição pega a mesma estrada, mas procura destacar falhas destas mesmas obras e fragilidade nas ações do governo. As vias alternativas tentam se aproveitar dos espaços vazios dos dois polos da disputa para ganhar mais espaço no cenário político.
Ao eleitor resta esperar um pouco mais para ver como tudo ficará. Afinal, não é apenas a eleição presidencial, mas um conjunto de articulações que envolvem estados e municípios e que ainda terão muitas modificações até que se chegue ao momento da disputa propriamente dita.
Mas isso é tema para a próxima conversa.
Geovane Viana é Economista e militante político-social.
Também publicado em: http://blogdofabiosena.com.br/v1/opiniao-eleicoes-2014-dois-projetos-em-disputa
