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Quatro são indiciados por homicídio doloso

 Correio da Bahia

Delegada denuncia Bobô, Virgílio Elísio, Ednaldo Rodrigues e Petrônio Barradas por crime de omissão

 A culpa foi repartida. O atual presidente da Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato Tavares da Silva (o Bobô), o diretor técnico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Virgílio Elísio da Costa Neto, o presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues, além do presidente do Esporte Clube Bahia, Petrônio Barradas, foram indiciados por homicídio doloso (crime em que há intenção) no caso da Fonte Nova. Já o diretor de operações da (Sudesb), Nilo dos Santos Júnior, foi indiciado apenas por homicídio culposo.

Os nomes foram revelados na tarde de ontem, no Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), na Secretaria de Segurança Pública (Piedade), pela delegada Marilda Marcela da Luz, que liderou as investigações durante 53 dias. O inquérito será encaminhado hoje ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJB).
Caso sejam considerados culpados e condenados, os quatro indiciados por homicídio doloso poderão cumprir pena de reclusão que varia de seis a 20 anos por cada uma das sete mortes. Já Nilo dos Santos Júnior poderá ser condenado à pena de reclusão entre um e três anos.

“O que a documentação mostra é que os quatro indiciados por homicídio doloso conheciam todo o problema, tinham toda a documentação. Poderiam ter evitado uma tragédia e nada fizeram”, garantiu a delegada e diretora adjunta do Departamento de Polícia Metropolitana.

Ela explicou ainda que Nilo dos Santos Junior foi indiciado por que ele conhecia o problema, mas não tinha autonomia para interditar o estádio ou ordenar a reforma. No dia em que depôs no caso, em 18 de dezembro último, inclusive, ele admitiu que a Fonte Nova não tinha condições de abrir os portões no primeiro trimestre de 2007 e que deveria passar por uma reforma.

A delegada citou ainda que relatórios emitidos no ano passado pela empresa de engenharia Geluz mostram que podiam ocorrer “colapsos parciais” na estrutura. “Eu consultei pessoas da área que explicaram que esses colapsos parciais são quedas na estrutura. A estrutura era deficitária e todas as pessoas que tomaram conhecimento não tomaram nenhuma providência”, emendou Marilda.

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Bobô e Ednaldo se dizem tranqüilos

O diretor geral da Superintendência dos Desportos da Bahia (Sudesb), Raimundo Nonato Tavares da Silva (Bobô), manifestou a sua estranheza com o resultado do inquérito, que conclui pelo pedido de indiciamento por prática de homicídio doloso (com intenção de matar) de autoridades públicas e esportivas. “Até o momento, não há correspondência entre os elementos dos fatos então apurados sobre o acidente da Fonte Nova e a conclusão do inquérito presidido pela delegada Marilda Marcela da Luz”, declarou Bobô. Ele disse ainda que vai acompanhar com tranqüilidade a análise do inquérito pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça da Bahia.

Surpreso, mas tranqüilo. Essa também foi a reação de Ednaldo Rodrigues, presidente da federação Bahiana de Futebol, ao saber que também foi indiciado, como um dos responsáveis pela tragédia ocorrida na Fonte Nova que vitimou sete torcedores do Bahia.

“A surpresa é grande porque após o meu depoimento no prédio na SSP, a própria delegada deu várias entrevistas falando que a FBF não tinha responsabilidade nenhuma e que eu havia contribuído bastante para esclarecer os fatos, porque levei mais de 700 documentos mostrando as providências que haviam sido tomadas”.

Ednaldo disse ainda que a FBF não é responsável pela programação dos jogos da série C e por isso vai esperar o prosseguimento do processo para fazer sua defesa e poder provar a sua inocência no caso. “Todo mundo sabe que a CBF é a entidade responsável pelos jogos da Série C. Não quero dizer com isso que a CBF tenha alguma culpa no caso, mas estou tranqüilo porque em se tratando de uma competição nacional, a FBF é uma mera entregadora de documentos”.

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